A Ponte Preta busca o reconhecimento da Fifa como o primeiro clube a escalar atletas negros no futebol brasileiro – a equipe encaminhou a documentação em 13 de agosto de 2003. A campanha, mantida por torcedores e pesquisadores, chegou às redes sociais por descendentes dos fundadores da equipe. A resposta da Fifa foi positiva, mas não conclusiva.
A trajetória dos negros no clube campineiro começa com Miguel do Carmo em 1900, pouco mais de uma década após a abolição da escravatura. Ele é citado como um dos jovens fundadores e atletas do time. Em 1912, a Ponte Preta venceu pela primeira vez a Liga Operária de Foot-Ball Campineira com três negros no time: Amparense, Moraes e Benedito Aranha.
A partir de 1920, a Ponte passou a sair de Campinas para disputar jogos em outras cidades. A torcida alvinegra acompanhava o time pelas ferrovias do estado e fazia o caminho da estação de trem até o estádio festejando pelas ruas. Esse comportamento da torcida, formada por mulatos e negros, fez com que ela recebesse o apelido racista de “macacada”. Os campineiros incorporaram o apelido.
Não existe uma “história oficial” sobre a presença dos negros no futebol brasileiro. A principal referência é o livro “O negro no futebol brasileiro”, escrito por Mário Filho. Embora seja um clássico, a obra está fundamentada no futebol do Rio de Janeiro, sem considerar outras regiões. Nesse contexto, o Vasco é o pioneiro. Em 1923, o time conseguiu seu primeiro campeonato carioca, escalando um time basicamente formado por negros. Aquele título do Vasco fez com que outros times deixassem de lado o preconceito. Nas décadas seguintes, surgiu nos gramados uma constelação de craques negros: Leônidas, Domingos da Guia, Djalma Santos e Pelé.
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