Um a um, os agricultores familiares se apresentam. É uma reunião de um pequeno grupo de representantes dos 350 produtores do Fórum de Agricultura Familiar da região de Caroebe (RR). Em comum, eles têm o fato de serem migrantes, estarem na região Amazônica há mais de uma década em busca de um pedaço de chão para plantar e darem como endereço uma de 21 vicinais da cidade.
Alguns viajaram quase 100 quilômetros por estradas de terra para conversar com a reportagem sobre o projeto do polo cacaueiro de Roraima. Com o apoio da Embrapa, da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o projeto fomentará o cultivo de 480 mil mudas em 400 hectares de cinco municípios como alternativa às bananas, que ocupam área de 1,2 mil hectares.
Maria Rosélia, única mulher entre os presentes, e Célio Ramos têm outra coisa em comum. Eram professores e agora se dedicam à agricultura e pecuária. “Tem a questão fundiária e, se não houver regularização, a licença ambiental, não tem financiamento”, diz Rosélia sobre um dos problemas comuns no Estado. Pedagogo e educador por dez anos, Ramos ensina os colegas a acessar recursos, o que fez nos quatro últimos anos na associação de sua vicinal, a de número 15.
“Em 2015 conseguimos R$ 86 mil da Conab para aquisição de alimentos, depois foram R$ 124 mil e, agora, R$ 207 mil”. Outra parceria, com a Fundação Banco do Brasil, ajudou produtores a comprar um caminhão e máquina para processar açaí.
O mais falante é Manoel Elias, o “Virgulino”, pioneiro da região. Está em Roraima desde 1985 e dá aulas aos colegas sobre o cacau – ele veio de Camacan (BA), principal região produtora da fruta no País. “Cultivo há oito anos e me chamavam de doido, mas podem ter certeza que o cacau vai revolucionar a história de Caroebe”, diz Virgulino.
Técnico e gestor de agronegócio da Secretaria de Agricultura de Roraima, Paulo Cabral passou décadas em projetos de extensão rural em Caroebe antes de se mudar para Boa Vista. Foi escolhido pelo chefe-geral da Embrapa Roraima, Otoniel Duarte, para acompanhá-lo no polo cacaueiro. “Ele (Otoniel) é o maior especialista em fruticultura de Roraima e do Brasil. Vamos ser vitoriosos”. O projeto deve gerar os primeiros frutos em quatro anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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