Buenos Aires – A justiça federal da Argentina retirou duas acusações de corrupção contra a recém-eleita vice-presidente Cristina Kirchner e confirmou a abertura de inquérito relacionado a um terceiro caso, informaram nesta terça-feira (29) fontes oficiais.
Dos dois casos arquivados envolvendo a ex-presidente do país (2007 a 2015), o primeiro era relacionado a supostos subornos recebidos para favorecer empreiteiras na construção de estradas e o segundo envolvia irregularidades nas importações de gás natural, ambos movimentando somas milionárias e denunciados no esquema conhecido como “cadernos da corrupção”. Segundo as fontes, não foram encontradas provas para sustentar a acusação.
O responsável pela revelação dos “cadernos da corrupção” é Oscar Centeno, um suboficial que foi expulso do Exército que fez espionagem quando era chofer de um funcionário público durante o primeiro mandato de Kirchner (2007 e 2011).
A causa “cadernos da corrupção”, que envolve outras acusações contra ex-presidente de pedidos de propinas a grandes empresários, foi levada a julgamento oral há um mês.
Na investigação do gás liquefeito, a justiça já havia processado por falso testemunho o acusador, um especialista em importação deste combustível designado pelo governo do presidente Mauricio Macri.
Em relação a um terceiro processo, os juízes da Câmara Federal destacaram que há indícios de de suborno passivo em concessões de obras públicas durante seu segundo mandato, entre 2011 e 2015.
Dois juízes federais apresentaram nos últimos anos uma dúzia de casos de corrupção contra Kirchner, cujos advogados argumentam que fazem parte de uma perseguição política para impedi-la de voltar ao poder.
Kirchner assumirá a vice-presidência em 10 de dezembro, dia da posse do presidente eleito Alberto Fernández.
Em vários casos, foi solicitada a prisão preventiva da ex-presidente, que gozava de foro especial por ser senadora. Assim que assumir a vice-presidência, apenas o Parlamento poderá julgá-la e condená-la.
Este ano começou o primeiro julgamento oral contra ela por irregularidades na concessão de obras rodoviárias na província de Santa Cruz (sul).
Ao todo, há quatro casos levados a julgamento oral, entre eles um por lavagem de dinheiro através de hotéis da família Kirchner, no qual são acusados seus filhos Máximo e Florencia.
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