quarta-feira, 1 de maio de 2019

25 anos após morte, maníacos por Senna passam idolatria a novas gerações

O comerciante Eduardo Soncini, de 43 anos, tem um ritual diferente quando vai colocar para dormir o filho Eduardo Teodoro, de oito anos. Antes de cair no sono o menino não quer ouvir uma história infantil ou conversar sobre como foi o dia na escola. Ele gosta de escutar o pai contar curiosidades e detalhes de corridas marcantes de Ayrton Senna, piloto que morreu há exatos 25 anos e continua a movimentar uma legião de adoradores.

Os “Sennamaníacos” continuam ativos e sem esquecer a relação com o ídolo mesmo tanto tempo depois do acidente fatal durante o GP de San Marino em 1º de maio de 1994. Quem já acompanhava o tricampeão mundial naquela época guarda relíquias, mantém coleções e não apaga da memória os melhores momentos de Senna nas pistas. Além disso, esses fãs cuidam agora de passar para as novas gerações a admiração pelo ídolo.

O próprio Soncini, por exemplo, faz questão de transmitir a paixão ao filho. O comerciante tem em casa mais de 200 miniaturas de carros utilizados por Senna ao longo da carreira, seja no kart ou em categorias inferiores. O item mais especial da coleção foi feito sob encomenda. Uma impressora 3D produziu uma maquete que simula um encontro do fã com o piloto.

“Pela alegria que o Ayrton nos deu, a maior retribuição que a gente pode dar é passar esse legado dele para as outras gerações. A história dele não pode morrer”, afirmou Soncini. O filho de oito anos aprendeu a gostar de Fórmula 1 apesar de nunca ter visto sequer uma vitória brasileira na categoria. A última foi com Rubens Barrichello em setembro de 2009, antes de Eduardo ter nascido.

Um dos maiores acervos dedicados a Senna no Brasil pertence ao empresário Marcus Vinicius dos Santos. São mais de 15 mil itens, como recortes de jornais e revistas, capacetes, jaquetas, bonés e autógrafos. Um dos itens mais caros é a cópia do contrato de manutenção de um helicóptero, assinada por Senna em 1992 para contratar o serviço de uma empresa de Angra dos Reis.

Na casa do fã há uma decoração especial sobre Senna, porém o acervo não cabe em um só local e está também no escritório e em depósitos. “Eu tento passar os valores e a história do Ayrton para novas gerações. A imagem de alguém dedicado, vitorioso e que se superou é muito forte e precisa ser valorizada”, disse.

Uma pesquisa recente do Ibope Repucom comprovou o quanto Senna continua conhecido. O instituto de pesquisas consultou qual o nível de conhecimento e interesse de 94 milhões de internautas sobre personalidades brasileiras. O tricampeão teve a imagem reconhecida por 96% dos entrevistados.

NA PELE – O piloto de Fórmula Indy Matheus Leist, de 20 anos, só teve contato com Senna por vídeos, documentários e reportagens. Porém, decidiu deixar na pele uma marca do ídolo. Depois de conquistar em 2016 o título da Fórmula 3 Inglesa na pista de Donington Park, ele encomendou um desenho no braço direito do carro usado pelo tricampeão na vitória histórica no mesmo autódromo, em 1993. “Decidi fazer algo para simbolizar o Senna, não só pelos resultados, mas também pela personalidade e pela mensagem de determinação que ele nos deixou”, disse o piloto.

Mesmo sem gostar de automobilismo, a assistente de exportação Tatiane Gemignani tomou a mesma decisão e tatuou o braço. Ela só tinha três anos na época do acidente em Ímola e virou fã há pouco tempo, ao acompanhar um documentário sobre o tricampeão.

Tatiane disse ter se inspirado na história de Senna para superar problemas pessoais. “Eu estava passando por problemas pessoas e a história dele me tocou, principalmente a mensagem de persistir, batalhar e lutar. Quis ter isso na minha pele também”, afirmou.

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